Ouuuuuuuuuuuu
O anterior pode ter sido podre mais esse é loco demaisss!!!!
Premio pro gordo da montanha russa e do skate!!!
30 de set. de 2009
24 de set. de 2009
9 de set. de 2009
A Sociedade da Calçada - IV - Incógnitos
– Oiii, ei olha aqui!
– Você aí, para de ignorar a gente, fala com a gente
Suisso ainda ignorava as aparições que chegavam até ele, só podia estar esclerosado, vendo coisas que não são reais. Seus fantasmas pareciam duas crianças, um menino e uma menina, ainda muito imaturos e só queriam um pouco de diversão.
– Poxa, como a gente faz pra chamar a atenção dele, em Ana?
– Já sei e se a gente desse um susto nele?
– Ahhh pode funcionar, no inicio ele se assustava bem fácil, mas agora ele nem liga mais, talvez se a gente chegar de mansinho por trás... MUAHAHAHAHAHA.
– Que risada mais forçada essa Mayc.
– Eiii, é a minha melhor risada maléfica – Pausa – MUAHAHAHAHAHAHA.
– E você jura que isso aí vai assustar ele?
– A é, então vai la e faz melhor então.
Ana foi se aproximando por trás de Luis, quando chegou bem próximo olhou para tras vendo Mayc e mostrando a língua etéria pra ele, deu um risinho cobrindo a boca com a mão e voltou para o seu objetivo. De súbto pulou por cima de Luis e gritou um bem breve “bu”. /ignore. Passou direto, nem uma reação mínima do não mais medroso, aparentemente.
– Hahahahaha, esse é o seu melhor Ana, você não consegue assustar nem o sapo do rio. Você ta mais perdida que surdo em bingo. Hahahahahahaha
– Ah Mayc então faz melhor. Ou então a gente pode chamar o melhor assustador do cemitério, o Pajé In Joe. Ele mete medo até em mim que já tô morta.
– O quê, o Pajé In Joe? Não mesmo eu não tenho coragem de ir falar com ele. Dizem que ele comia criançinhas antes de morrer.
– Dizem também que se você falar o nome dele três vezes ele aparece. Que nem a mulher de branco do banheiro.
– Essa do Pajé In Joe eu não sabia.
– Mhuahahahahahahahahahahaha.
– Nossa Mayc, você melhorou essa risada de repente!
– Ma..ma..mas...
– Que foi Mayc?
– O P.pa..papapapa....pa
– Não foi você que...
– Olá criançasssss.
Bem atrás de Ana havia um homem bem velho, com uma espécie de mascara de osso que lembrava um boliviano e roupas de índio americano, o seu corpo era todo negro, à sua cintura havia um coldre vazio e na fivéla estava escrito “medo”. Ele colocou as mãos nas cabeças das crianças, olhou pra elas com satisfação, as crianças estavam aterrorizadas.
– Então vocês me chamaram aqui com que proposito?
– ...
– Oras criançasssss não tenham meeeedoo. Eu vim aqui lhes ajudar.
–...
– Okay, então seráááá do jeito mais difícil então, vou ter que meter medo em vocês também? – Falou o fantasma apontando para sua fivela.
– Nããããooooooo.
– Também não precisa gritar menininha. Então pelo visto você morreu sendo comida em, pra ter esse pavor. Não precisa se assustar eu não vou te machucar mais do que você já esta machucada. Mhuahahahahahahahahahaha.
– Eiiiii, não meche com ela.
– Ta certo, então vamos direto ao que interessa, pra que falar meu nome três vezesssss. Uma. Duas. Três.
– Fo..fo..foi um engano. A gente tava só comentando. Não meche com a gente, nós só queria assusta um homem, pra ele prestar atenção em nós.
– Hmmm. Brincadeira de criança em... Eu to dentrooooo.
– Não é brincadeira.
– Comé que é garota?
– Não é brincadeira. Esse homem pode ver e ouvir a gente e a gente precisa dele pra ajudar a gente. Só ele tem como saber da nossa morte e vingar a gente.
– Aahhhh... CHATO. To fora.
– Ué o Pajé ta amarelando. Se bem que essa sua mascara aí, é bem amarela mesmo.
– O In Joe não amarela, muleque safado. Se quer ver como é fácil assustar um mané que nem aquele, é mais fácil que comer doce de criança, ou criança doceeeeeeeee. Tudo que tem que ser feito é criar um clima, essa mansão é perfeita. Escura e Sombria.
O grupo caminhava pela mansão, o casarão nunca havia sido visitado por ninguém que estava alí, Brenno havia retirado a lâmpada do bucal e estava segurando-a, enquanto Dex a mantinha acesa. Aquilo tudo mais parecia um labirinto, por fora aquela casa não parecia ser tão grande, com muitas salas e curvas. A lampada começou a falhar.
– Ei Alberto, dexa essa porra acesa cara.
– Ué, mas eu to deixando, é alguma coisa fora da lâmpada.
Paulo olhou atento pra lâmpada, mesmo escuro ele conseguiu fazer um pouco de luz com seu celular, o suficiente para ver que o vidro da lâmpada estava todo preto. Uma pequena película não deixava a luz passar. Logo seu celular ficou no mesmo estado.
– Puta merda, ta escuro pra caralho aqui.
– Eu to mais perdido que filho da puta em dia dos pais – comentou Periquito, tentando trazer um pouco de ânimo pras péssimas novidades.
Apenas Luis conseguia ver um clarão na próxima sala e chamou todo mundo, chegando próximo, um frio lhe subiu a espinha. O leve barulho do vento soprando dentro da mansão era algo que arrepiou até o pêlo mais escondido do seu corpo. Ninguém via luz nenhuma na próxima sala, mas todos sentiam o gelo no ar. Andavam bem devegar, ouvindo os passos e se guiando pelo som, algumas vezes Suisso chamava “por aqui”, ele sabia para onde ir o caminho estava claro como o sol para ele.
Ao chegarem na sala, havia uma mulher, linda, reluzindo por todo o ambiente, Luis só olhava pra ela, caída no chão com aspecto fraco. Foi até ela, pegou-a.
– Você está bem?
– Vixi, num breu desses o Suisso deu pra falar sozinho agora.
– Cala a boca porra, vocês não tão vendo essa mulher aqui não?
Assim que falou isso virou-se para o pessoal, olhando de relance as paredes, cheias de sangue, escrito seu nome vezes e mais vezes, os quadros que haviam na sala mostravam seres de outro plano, diabos e demônios, imagens de torturas da inquisição, seu coração agora batia mais acelerado que carro de formula 1. Olhou de volta para a moça caída, ela olhava pra ele com um olhar calmo, e logo em uma rápida metamorfose, seu rosto ficou mais grotesco que qualquer coisa ja vista antes, nenhum filme de horror seria fiel o bastante àquela imagem tosca, e medonha. “Olá meu salvador”. “Mhuahahahahahahaah”.
– Caralhooo – gritou Suisso se jogando para tras, a lâmpada voltou a iluminar a sala, não havia nenhum quadro, nenhum sangue na parede, de fato a unica coisa estranha alí era Luis caído no chão, olhando para o nada assustado.
– Ouça bem, não me façççççaaaaaa perderrrr meu temmmpo. Dê ouvido às crianças ou eu volto e acaaaabooo com vocêêêêê.
– Nossa ele é bom mesmo – falou Ana.
– A gente contratou o melhor afinal, tinha que ser bom – Completou Mayc.
– Você aí, para de ignorar a gente, fala com a gente
Suisso ainda ignorava as aparições que chegavam até ele, só podia estar esclerosado, vendo coisas que não são reais. Seus fantasmas pareciam duas crianças, um menino e uma menina, ainda muito imaturos e só queriam um pouco de diversão.
– Poxa, como a gente faz pra chamar a atenção dele, em Ana?
– Já sei e se a gente desse um susto nele?
– Ahhh pode funcionar, no inicio ele se assustava bem fácil, mas agora ele nem liga mais, talvez se a gente chegar de mansinho por trás... MUAHAHAHAHAHA.
– Que risada mais forçada essa Mayc.
– Eiii, é a minha melhor risada maléfica – Pausa – MUAHAHAHAHAHAHA.
– E você jura que isso aí vai assustar ele?
– A é, então vai la e faz melhor então.
Ana foi se aproximando por trás de Luis, quando chegou bem próximo olhou para tras vendo Mayc e mostrando a língua etéria pra ele, deu um risinho cobrindo a boca com a mão e voltou para o seu objetivo. De súbto pulou por cima de Luis e gritou um bem breve “bu”. /ignore. Passou direto, nem uma reação mínima do não mais medroso, aparentemente.
– Hahahahaha, esse é o seu melhor Ana, você não consegue assustar nem o sapo do rio. Você ta mais perdida que surdo em bingo. Hahahahahahaha
– Ah Mayc então faz melhor. Ou então a gente pode chamar o melhor assustador do cemitério, o Pajé In Joe. Ele mete medo até em mim que já tô morta.
– O quê, o Pajé In Joe? Não mesmo eu não tenho coragem de ir falar com ele. Dizem que ele comia criançinhas antes de morrer.
– Dizem também que se você falar o nome dele três vezes ele aparece. Que nem a mulher de branco do banheiro.
– Essa do Pajé In Joe eu não sabia.
– Mhuahahahahahahahahahahaha.
– Nossa Mayc, você melhorou essa risada de repente!
– Ma..ma..mas...
– Que foi Mayc?
– O P.pa..papapapa....pa
– Não foi você que...
– Olá criançasssss.
Bem atrás de Ana havia um homem bem velho, com uma espécie de mascara de osso que lembrava um boliviano e roupas de índio americano, o seu corpo era todo negro, à sua cintura havia um coldre vazio e na fivéla estava escrito “medo”. Ele colocou as mãos nas cabeças das crianças, olhou pra elas com satisfação, as crianças estavam aterrorizadas.
– Então vocês me chamaram aqui com que proposito?
– ...
– Oras criançasssss não tenham meeeedoo. Eu vim aqui lhes ajudar.
–...
– Okay, então seráááá do jeito mais difícil então, vou ter que meter medo em vocês também? – Falou o fantasma apontando para sua fivela.
– Nããããooooooo.
– Também não precisa gritar menininha. Então pelo visto você morreu sendo comida em, pra ter esse pavor. Não precisa se assustar eu não vou te machucar mais do que você já esta machucada. Mhuahahahahahahahahahaha.
– Eiiiii, não meche com ela.
– Ta certo, então vamos direto ao que interessa, pra que falar meu nome três vezesssss. Uma. Duas. Três.
– Fo..fo..foi um engano. A gente tava só comentando. Não meche com a gente, nós só queria assusta um homem, pra ele prestar atenção em nós.
– Hmmm. Brincadeira de criança em... Eu to dentrooooo.
– Não é brincadeira.
– Comé que é garota?
– Não é brincadeira. Esse homem pode ver e ouvir a gente e a gente precisa dele pra ajudar a gente. Só ele tem como saber da nossa morte e vingar a gente.
– Aahhhh... CHATO. To fora.
– Ué o Pajé ta amarelando. Se bem que essa sua mascara aí, é bem amarela mesmo.
– O In Joe não amarela, muleque safado. Se quer ver como é fácil assustar um mané que nem aquele, é mais fácil que comer doce de criança, ou criança doceeeeeeeee. Tudo que tem que ser feito é criar um clima, essa mansão é perfeita. Escura e Sombria.
O grupo caminhava pela mansão, o casarão nunca havia sido visitado por ninguém que estava alí, Brenno havia retirado a lâmpada do bucal e estava segurando-a, enquanto Dex a mantinha acesa. Aquilo tudo mais parecia um labirinto, por fora aquela casa não parecia ser tão grande, com muitas salas e curvas. A lampada começou a falhar.
– Ei Alberto, dexa essa porra acesa cara.
– Ué, mas eu to deixando, é alguma coisa fora da lâmpada.
Paulo olhou atento pra lâmpada, mesmo escuro ele conseguiu fazer um pouco de luz com seu celular, o suficiente para ver que o vidro da lâmpada estava todo preto. Uma pequena película não deixava a luz passar. Logo seu celular ficou no mesmo estado.
– Puta merda, ta escuro pra caralho aqui.
– Eu to mais perdido que filho da puta em dia dos pais – comentou Periquito, tentando trazer um pouco de ânimo pras péssimas novidades.
Apenas Luis conseguia ver um clarão na próxima sala e chamou todo mundo, chegando próximo, um frio lhe subiu a espinha. O leve barulho do vento soprando dentro da mansão era algo que arrepiou até o pêlo mais escondido do seu corpo. Ninguém via luz nenhuma na próxima sala, mas todos sentiam o gelo no ar. Andavam bem devegar, ouvindo os passos e se guiando pelo som, algumas vezes Suisso chamava “por aqui”, ele sabia para onde ir o caminho estava claro como o sol para ele.
Ao chegarem na sala, havia uma mulher, linda, reluzindo por todo o ambiente, Luis só olhava pra ela, caída no chão com aspecto fraco. Foi até ela, pegou-a.
– Você está bem?
– Vixi, num breu desses o Suisso deu pra falar sozinho agora.
– Cala a boca porra, vocês não tão vendo essa mulher aqui não?
Assim que falou isso virou-se para o pessoal, olhando de relance as paredes, cheias de sangue, escrito seu nome vezes e mais vezes, os quadros que haviam na sala mostravam seres de outro plano, diabos e demônios, imagens de torturas da inquisição, seu coração agora batia mais acelerado que carro de formula 1. Olhou de volta para a moça caída, ela olhava pra ele com um olhar calmo, e logo em uma rápida metamorfose, seu rosto ficou mais grotesco que qualquer coisa ja vista antes, nenhum filme de horror seria fiel o bastante àquela imagem tosca, e medonha. “Olá meu salvador”. “Mhuahahahahahahaah”.
– Caralhooo – gritou Suisso se jogando para tras, a lâmpada voltou a iluminar a sala, não havia nenhum quadro, nenhum sangue na parede, de fato a unica coisa estranha alí era Luis caído no chão, olhando para o nada assustado.
– Ouça bem, não me façççççaaaaaa perderrrr meu temmmpo. Dê ouvido às crianças ou eu volto e acaaaabooo com vocêêêêê.
– Nossa ele é bom mesmo – falou Ana.
– A gente contratou o melhor afinal, tinha que ser bom – Completou Mayc.
6 de set. de 2009
despedida sem um adeus
é isso galera, um mês passa muito rápido.
sem nem perceber 4 semanas se foram.
joguei muito video-game, muito pc, e com certeza me diverti muito enquanto estive aqui
foram 30 dias bem aproveitados, mesmo assim senti que podia aproveitar bem mais.
720 horas em que poderiamos ter arredondado para mil e ainda assim não seria o suficiente, nunca é o suficiente.
mas esses 43200 minutos foram bons enquanto duraram, estou partindo agora
deixo um caloroso abraço a todos os amigos, aqueles que encontrei, os poucos que não tive a oportunidade de ver e aos que não tão nem aí, eu também não estou nem aqui.
abraços amigos, agora só volto em fevereiro, mas me visitem se puderem.
afinal o rio não é como porto velho, ele não esta no chamado "fim do mundo".
sem nem perceber 4 semanas se foram.
joguei muito video-game, muito pc, e com certeza me diverti muito enquanto estive aqui
foram 30 dias bem aproveitados, mesmo assim senti que podia aproveitar bem mais.
720 horas em que poderiamos ter arredondado para mil e ainda assim não seria o suficiente, nunca é o suficiente.
mas esses 43200 minutos foram bons enquanto duraram, estou partindo agora
deixo um caloroso abraço a todos os amigos, aqueles que encontrei, os poucos que não tive a oportunidade de ver e aos que não tão nem aí, eu também não estou nem aqui.
abraços amigos, agora só volto em fevereiro, mas me visitem se puderem.
afinal o rio não é como porto velho, ele não esta no chamado "fim do mundo".
4 de set. de 2009
A Sociedade da Calçada - III - A decisão
— Porra cara, isso faz todo o sentido com o que aconteceu comigo hoje de manhã. Agora sim eu entendo quem, ou o que, era aquela filha da puta que falou comigo lá pro lado do cemitério do St. Antônio.
Pedro falou tudo, explicou o porquê de ter acordado tão cedo e o que decidiu fazer, falou de seu combate, de como se sentia. Todos na sala sentiram que ele exagerou bastante na sua narrativa, mas fazer o que? Cada um conta a história da forma que lhe convém. Logo após sua declaração Alberto também comentou sobre suas descobertas. Muitos debocharam de início, “pô Alberto, jogar Naruto?”, “não tinha nada melhor pra tentar não?”. Como toda conversa tem seu momento de distração, os amigos riram um pouco se divertiram e logo Dex mostrou a eles, apenas falou “olha só então!”, e logo a TV ligou na frete de todos, e para a surpresa da maioria, o controle não estava na mão do Suisso. Qualquer um que olhasse para a TV veria logo acima dela o controle remoto, ali, parado sem ninguém por perto.
Quando perguntaram pros demais o único que pareceu ter algo a acrescentar foi Luis, com seus sonhos macabros, e sensações estranhas a toda hora. Ele se sentia como o garoto do “Sexto sentido”. Para onde olhava via algo, já havia chegado a um extremo mesmo tendo se passado apenas um dia, as coisas estavam acontecendo muito rapidamente. Luis olhava pra eles, de início assustado, agora ele nem encarava, fingia que eles não estavam ali.
— Ta certo, então acho que chega de conversa né, vamos lá no St. Antônio então ver essa porra de perto — falou Brenno, e logo Aldo também concordou.
— Po cara, não vamo fica de frescura não, vamos logo pra essa bagaça e resolve tudo lá.
— Mas pessoal, mesmo que nós tenhamos poderes, ainda não sabemos usar, o único que a gente sabe que consegue usar bem os poderes é o Dex, e isso por causa do vício dele em Video Games — Falou Pedro com uma voz calma como um paladino se dirige ao seu grupo, ou como um clérigo de uma divindade boa soaria com toda sua sabedoria.
— Acho que a gente vai ter é que aprender na marra, pois tempo não é o que temos sobrando. — Paulo declamou.
Logo tudo foi acertado, Pedro pegou sua moto, ainda havia um capacete com ele caso alguém tivesse interessado na carona, os outros se entreolharam com um olhar específico que dizia “quem é o suicida que vai pegar carona com ele?”, haviam carro de sobra pro pessoal, então Pedro seguiu em sua moto, enquanto os outros seguiram em um carro todos juntos.
Antigamente em Porto Velho tudo parecia longe, falar em ir para o quinto BEC então era loucura, você ia demorar muito tempo, a cachoeira do Santo Antônio fica a kilometros das casas deles, hoje a distância ainda é a mesma, fisicamente, mas de alguma forma, talvez devido ao crescimento tanto da cidade como desses heróis que um dia já foram crianças, a cidade perece ter ficado pequena, as coisas são mais perto, e muito mais perto agora que todos possuíam carteira de motorista. Hoje não existe de fato nada tão longe, nem mesmo a casa do Aldo, apesar de quase todos discordarem disso.
Logo chegaram à rua que leva para a cachoeira, e a mesma nuvem negra que estava lá pela manhã, quando Periquito decidiu se aventurar, ainda estava lá hoje pela tarde, ainda aquele sol de rachar num lado da rua e no outro, escuridão total. Periquito lembrou a todos dos supostos zumbis que estavam habitando aquela região agora sombria. Pedro estava acompanhando o carro pelo lado direito, conversando com o pessoal do lado do passageiro, enquanto gordo dirigia do outro lado. Do nada, enquanto Paulo se distraiu um pouco com a conversa, algo bate no pára-brisa do carro, por sorte não foi com força para quebrar o vidro ou amassar o carro, mas ainda assim foi com força suficiente para deixar uma grande marca de sangue.
— Que porra foi essa Gordo? Para o carro!
— Não galera, não para, vamos seguir eu vou dar uma olhada com a moto vocês seguem — Periquito virou sua moto e voltou um pouco, viu um corpo caído no chão com o pescoço quebrado, e a pele apodrecendo, começou, os zumbis já estavam iniciando seu ataque.
— Caralho velho, que merda foi aquela, o Periquito já ta voltando — disse Brenno olhando no retrovisor.
— Pessoal vamos em frente não parem a não ser que a gente passe do cemitério. Eles já sabem que estamos aqui.
O carro seguiu, Paulo acelerou e Pedro preferiu seguir o carro por trás, enquanto Paulo acelerava, ele ia apenas acompanhando a aceleração. Muitos zumbis começaram a aparecer pulando da mata para cima do carro, Paulo não estava nem aí, ia atropelando tudo que aparecia. Nesse momento apareceu um cara, com terror em suas feições, acenando freneticamente as mãos e gritando “Socorro, por favor, ajude-me eu...” e Paulo o atropelou sem nem imaginar que fosse um sobrevivente. Quando os corpos não eram jogados para fora da pista, Periquito passava por cima deles tal como o Gordo estava fazendo, infelizmente Pedro quebrou um braço e umas costelas desse cara.
Uma curiosidade é que enquanto Paulo atropelava os corpos, eles caiam nos buracos das ruas, tapando os buracos melhor que a prefeitura o faz com asfalto na “Costa e Silva”, e Pedro nem sentia direito os corpos, como a suspensão de sua moto era muito eficiente parecia que a estrada era novinha em folha. Passaram ao lado do cemitério atrocidando tudo que vinha, e Periquito observou em pé ao muro estava a mesma mulher, que num pulo seguiu em direção ao casarão. Ele acelerou a moto e juntou ao lado do amigo, “vamos para o casarão, é lá que ta o problema”.
Seguiram para o casarão, e lá a coisa realmente parecia feia, saíram do carro e Pedro desceu de sua moto, ainda carregando os capacetes, sem galho nenhum dessa vez. O portão estava aberto, e a porta não parecia trancada, ao redor começaram a aparecer zumbis, de todos os lados, pulando o muro ou correndo tanto quanto os doentes do filme extermínio, ou madrugada dos mortos. Brenno havia aberto sua porta e estava esperando todos saírem do carro para acompanhar o pessoal no caminho para a porta, quando um zumbi pegou seu braço e foi morder, mas aparentemente os seus dentes estavam tão podres que se partiram assim que encostaram no jovem Rambo não deixando nenhum arranhão nele, logo atrás veio Pedro com seu capacete na mão levando-o direto a cabeça do ser possuído, virou estilhaço, nada ia sobrar de vida naquele corpo, só lhe restava a morte.
— Anda logo vocês dois — gritou Alberto já nervoso com a situação — ou vocês querem morrer aí?!
Os dois correram em direção a porta já aberta pelos outros e entraram no casarão, logo fechando a porta e segurando firme, para não deixar nada entrar, Luis procurou algo para bloquear a porta e achou um pedaço bem grosso de madeira, que deixou na maçaneta e logo mais uma estante que conseguiram pegar para bloquear a porta. Agora já estavam protegidos do que estava ao lado de fora, o problema seria com o que estivesse do lado de dentro. Alberto acendeu uma lâmpada, provavelmente a única que ainda funcionava no lugar inteiro. Agora não tinha mais volta.
Pedro falou tudo, explicou o porquê de ter acordado tão cedo e o que decidiu fazer, falou de seu combate, de como se sentia. Todos na sala sentiram que ele exagerou bastante na sua narrativa, mas fazer o que? Cada um conta a história da forma que lhe convém. Logo após sua declaração Alberto também comentou sobre suas descobertas. Muitos debocharam de início, “pô Alberto, jogar Naruto?”, “não tinha nada melhor pra tentar não?”. Como toda conversa tem seu momento de distração, os amigos riram um pouco se divertiram e logo Dex mostrou a eles, apenas falou “olha só então!”, e logo a TV ligou na frete de todos, e para a surpresa da maioria, o controle não estava na mão do Suisso. Qualquer um que olhasse para a TV veria logo acima dela o controle remoto, ali, parado sem ninguém por perto.
Quando perguntaram pros demais o único que pareceu ter algo a acrescentar foi Luis, com seus sonhos macabros, e sensações estranhas a toda hora. Ele se sentia como o garoto do “Sexto sentido”. Para onde olhava via algo, já havia chegado a um extremo mesmo tendo se passado apenas um dia, as coisas estavam acontecendo muito rapidamente. Luis olhava pra eles, de início assustado, agora ele nem encarava, fingia que eles não estavam ali.
— Ta certo, então acho que chega de conversa né, vamos lá no St. Antônio então ver essa porra de perto — falou Brenno, e logo Aldo também concordou.
— Po cara, não vamo fica de frescura não, vamos logo pra essa bagaça e resolve tudo lá.
— Mas pessoal, mesmo que nós tenhamos poderes, ainda não sabemos usar, o único que a gente sabe que consegue usar bem os poderes é o Dex, e isso por causa do vício dele em Video Games — Falou Pedro com uma voz calma como um paladino se dirige ao seu grupo, ou como um clérigo de uma divindade boa soaria com toda sua sabedoria.
— Acho que a gente vai ter é que aprender na marra, pois tempo não é o que temos sobrando. — Paulo declamou.
Logo tudo foi acertado, Pedro pegou sua moto, ainda havia um capacete com ele caso alguém tivesse interessado na carona, os outros se entreolharam com um olhar específico que dizia “quem é o suicida que vai pegar carona com ele?”, haviam carro de sobra pro pessoal, então Pedro seguiu em sua moto, enquanto os outros seguiram em um carro todos juntos.
Antigamente em Porto Velho tudo parecia longe, falar em ir para o quinto BEC então era loucura, você ia demorar muito tempo, a cachoeira do Santo Antônio fica a kilometros das casas deles, hoje a distância ainda é a mesma, fisicamente, mas de alguma forma, talvez devido ao crescimento tanto da cidade como desses heróis que um dia já foram crianças, a cidade perece ter ficado pequena, as coisas são mais perto, e muito mais perto agora que todos possuíam carteira de motorista. Hoje não existe de fato nada tão longe, nem mesmo a casa do Aldo, apesar de quase todos discordarem disso.
Logo chegaram à rua que leva para a cachoeira, e a mesma nuvem negra que estava lá pela manhã, quando Periquito decidiu se aventurar, ainda estava lá hoje pela tarde, ainda aquele sol de rachar num lado da rua e no outro, escuridão total. Periquito lembrou a todos dos supostos zumbis que estavam habitando aquela região agora sombria. Pedro estava acompanhando o carro pelo lado direito, conversando com o pessoal do lado do passageiro, enquanto gordo dirigia do outro lado. Do nada, enquanto Paulo se distraiu um pouco com a conversa, algo bate no pára-brisa do carro, por sorte não foi com força para quebrar o vidro ou amassar o carro, mas ainda assim foi com força suficiente para deixar uma grande marca de sangue.
— Que porra foi essa Gordo? Para o carro!
— Não galera, não para, vamos seguir eu vou dar uma olhada com a moto vocês seguem — Periquito virou sua moto e voltou um pouco, viu um corpo caído no chão com o pescoço quebrado, e a pele apodrecendo, começou, os zumbis já estavam iniciando seu ataque.
— Caralho velho, que merda foi aquela, o Periquito já ta voltando — disse Brenno olhando no retrovisor.
— Pessoal vamos em frente não parem a não ser que a gente passe do cemitério. Eles já sabem que estamos aqui.
O carro seguiu, Paulo acelerou e Pedro preferiu seguir o carro por trás, enquanto Paulo acelerava, ele ia apenas acompanhando a aceleração. Muitos zumbis começaram a aparecer pulando da mata para cima do carro, Paulo não estava nem aí, ia atropelando tudo que aparecia. Nesse momento apareceu um cara, com terror em suas feições, acenando freneticamente as mãos e gritando “Socorro, por favor, ajude-me eu...” e Paulo o atropelou sem nem imaginar que fosse um sobrevivente. Quando os corpos não eram jogados para fora da pista, Periquito passava por cima deles tal como o Gordo estava fazendo, infelizmente Pedro quebrou um braço e umas costelas desse cara.
Uma curiosidade é que enquanto Paulo atropelava os corpos, eles caiam nos buracos das ruas, tapando os buracos melhor que a prefeitura o faz com asfalto na “Costa e Silva”, e Pedro nem sentia direito os corpos, como a suspensão de sua moto era muito eficiente parecia que a estrada era novinha em folha. Passaram ao lado do cemitério atrocidando tudo que vinha, e Periquito observou em pé ao muro estava a mesma mulher, que num pulo seguiu em direção ao casarão. Ele acelerou a moto e juntou ao lado do amigo, “vamos para o casarão, é lá que ta o problema”.
Seguiram para o casarão, e lá a coisa realmente parecia feia, saíram do carro e Pedro desceu de sua moto, ainda carregando os capacetes, sem galho nenhum dessa vez. O portão estava aberto, e a porta não parecia trancada, ao redor começaram a aparecer zumbis, de todos os lados, pulando o muro ou correndo tanto quanto os doentes do filme extermínio, ou madrugada dos mortos. Brenno havia aberto sua porta e estava esperando todos saírem do carro para acompanhar o pessoal no caminho para a porta, quando um zumbi pegou seu braço e foi morder, mas aparentemente os seus dentes estavam tão podres que se partiram assim que encostaram no jovem Rambo não deixando nenhum arranhão nele, logo atrás veio Pedro com seu capacete na mão levando-o direto a cabeça do ser possuído, virou estilhaço, nada ia sobrar de vida naquele corpo, só lhe restava a morte.
— Anda logo vocês dois — gritou Alberto já nervoso com a situação — ou vocês querem morrer aí?!
Os dois correram em direção a porta já aberta pelos outros e entraram no casarão, logo fechando a porta e segurando firme, para não deixar nada entrar, Luis procurou algo para bloquear a porta e achou um pedaço bem grosso de madeira, que deixou na maçaneta e logo mais uma estante que conseguiram pegar para bloquear a porta. Agora já estavam protegidos do que estava ao lado de fora, o problema seria com o que estivesse do lado de dentro. Alberto acendeu uma lâmpada, provavelmente a única que ainda funcionava no lugar inteiro. Agora não tinha mais volta.
1 de set. de 2009
A Sociedade da Calçada - II
Hoje tivemos uma aula prática, fomos ao necrotério. Eu me amarro em ver aqueles corpos gélidos, apodrecendo aos poucos, sem nenhum pingo de vida, o professor estava mostrando uns corpos todo acabados, sem se preocupar com quem tinha estômago fraco. Cara era muito engraçado ver aquelas meninas e alguns playboys também saindo da sala, alguns procurando o banheiro porque a ânsia era tanta que eles tinham certeza que iriam vomitar praticamente em cima dos corpos.
Enfim, voltando ao assunto, a aula até que tava legal, mas ainda assim eu parei de prestar tanta atenção assim no professor. O porquê disso é que chegaram uns dois militares lá, trazendo três corpos, tudo ensacado. O médico legista tava muito ocupado então ele demorou pra caralho, e enquanto o cara não chegava os outros dois ficavam conversando, um deles tava bem nervoso, e o outro ficava se fazendo de machão. Eu tentei prestar atenção e ouvir melhor o que eles tavam dizendo.
Aparentemente, a noite foi tensa pra porra lá no quinto BEC, tem uma nuvem negra que não quer sair lá de perto sem falar da morte repentina desses três. Segundo os caras que conversavam os caras foram simplesmente encontrados caídos no chão, todos pálidos e sem nenhum ferimento exposto, isso porque ontem eles tavam com a saúde perfeita, eram os mais fortes do turno da noite, e pelo que os caras falaram eram também os guardas noturnos mais experientes. Os caras apenas morreram... do nada.
Nessa o Legista chegou e foi logo abrindo os sacos, eu fiquei só na espreita, observando tudo, e quando eu vi aquilo, caralhooo, os caras tavam mais brancos que o branco do olho, pense que eles eram negões, eu percebi pelo cabelo curtinho ruim deles, os caras eram mais pretos que o Zumbi dos Palmares cara mas ali na minha frente eu vi três corpos tão brancos quanto o Michael Jackson depois da última cirurgia pra ficar branquelo. Eu olhei aquela porra e pensei: “se ontem foi tudo verdade vai que outras coisas agora são também”.
Todo mundo na sala ficou sem entender bulhufas do que aquela frase referente ao pensamento de Paulo queria dizer.
Então eu logo fui procurando marcas quase imperceptíveis nos corpos, olhei, olhei, olhei, mas pense que eu olhei rapaz e bem no pescoço dos caras, tinham duas marquinhas bem pequenas, minúsculas, cara quando eu vi aquilo tive certeza que ontem foi real e que vampiros, à partir de ontem, passaram a existir também. Agora o que a gente pode fazer, até onde eu sei, nada.
Enfim, voltando ao assunto, a aula até que tava legal, mas ainda assim eu parei de prestar tanta atenção assim no professor. O porquê disso é que chegaram uns dois militares lá, trazendo três corpos, tudo ensacado. O médico legista tava muito ocupado então ele demorou pra caralho, e enquanto o cara não chegava os outros dois ficavam conversando, um deles tava bem nervoso, e o outro ficava se fazendo de machão. Eu tentei prestar atenção e ouvir melhor o que eles tavam dizendo.
Aparentemente, a noite foi tensa pra porra lá no quinto BEC, tem uma nuvem negra que não quer sair lá de perto sem falar da morte repentina desses três. Segundo os caras que conversavam os caras foram simplesmente encontrados caídos no chão, todos pálidos e sem nenhum ferimento exposto, isso porque ontem eles tavam com a saúde perfeita, eram os mais fortes do turno da noite, e pelo que os caras falaram eram também os guardas noturnos mais experientes. Os caras apenas morreram... do nada.
Nessa o Legista chegou e foi logo abrindo os sacos, eu fiquei só na espreita, observando tudo, e quando eu vi aquilo, caralhooo, os caras tavam mais brancos que o branco do olho, pense que eles eram negões, eu percebi pelo cabelo curtinho ruim deles, os caras eram mais pretos que o Zumbi dos Palmares cara mas ali na minha frente eu vi três corpos tão brancos quanto o Michael Jackson depois da última cirurgia pra ficar branquelo. Eu olhei aquela porra e pensei: “se ontem foi tudo verdade vai que outras coisas agora são também”.
Todo mundo na sala ficou sem entender bulhufas do que aquela frase referente ao pensamento de Paulo queria dizer.
Então eu logo fui procurando marcas quase imperceptíveis nos corpos, olhei, olhei, olhei, mas pense que eu olhei rapaz e bem no pescoço dos caras, tinham duas marquinhas bem pequenas, minúsculas, cara quando eu vi aquilo tive certeza que ontem foi real e que vampiros, à partir de ontem, passaram a existir também. Agora o que a gente pode fazer, até onde eu sei, nada.
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