20 de out. de 2008

O SOL - IV

A julgar pela voz de Paulo, ele não estava com o melhor dos humores nesse dia. Atendeu o telefone com uma cara de tacho e começou a falar com um de seus amigos. Do outro lado da linha estava Brenno, sem muita paciência pra ficar muito tempo no telefone.

— E aí gordo. Tudo de boa cara?
— Ah cara, ta tudo na mesma. Minha cama desmontou, essa chuva ta enchendo o saco já e ta sem luz aqui em casa.
— Bicho, o periquito ta aqui em casa, tamo chamando o pessoal pra cá. Quer vir?
— Num sei cara, machuquei meu pé e nem sei se consigo andar direito — resmungou Paulo sem perceber que seu pé nem doía mais.
— Ta bom então gordo, se tu quiser vir depois então vem. — Completando a sua frase Brenno desligou o telefone, sem dar tempo para o amigo fazer mais um doce pelo telefone.

— E aí! Ele vem? — Perguntou Pedro assim que o rapaz desligou o telefone.
— Nem sei, ele tava reclamando que o pé tava doendo e que ele não podia andar.
— Aff. O gordo não pode andar 3 quadras bicho. Que merda. De qualquer forma acho que o Suisso e o Dex tão vindo aqui. Aí nos poderemos conversar melhor sobre essas coisas estranhas que tão acontecendo.

Luana logo expos o que vinha a mente — Estranho isso ter acontecido só com vocês. Eu também tô tonta, mas não aconteceu nada de especial comigo, não fiz nada de estranho.
— Tem certeza disso? — Comentou Pedro.
— Eu também não vi você fazer nada de estranho. Mas acho que o "terremoto" não iria quebrar a estante. — Completou o namorado.

Pedro estava mais estranho que o comum, olhando pela janela observando cada movimento. As gotas diminuíam sua freqüência a cada minuto. As nuvens já estavam menos escuras e podia se ver o rastro do sol abrindo passagem por algumas áreas do céu. Seu olhar não era normal, e nem comum a quem o conhecesse, ele parecia outra pessoa. Alguém que estivesse em contato com a natureza por completo, que fosse um só junto da terra. Ele ficava feliz de observar o rufar das folhas das árvores ao vento. Quando Luana fez um comentário que tirou toda sua atenção.

— Que olhar de retardado é esse piriguete? Parece doido aí.
— Quê? Hã, é... sei lá. Tava olhando a tempestade.
— E que tempestade você ta olhando? O céu já se abriu, a qualquer momento os meninos vão estar aqui.
— Ô, to com a maior sede. Vô pegar uma água, já volto.
— O Pedro! Traz um copo pra mim, por favor. — Pediu Luana enquanto se virava para o namorado — ta certo que é Pedro sempre foi diferente, mas aquele olhar dele pela janela foi sobrenatural, era como se ele nem tivesse aqui.
— O periguete sempre chega com algo novo. Vai ver foi a chuva que deixou ele assim.
— Assim como te deixou imune a dor física. — Indagou a namorada com um ar sarcástico de quem não acredita em poderes.
— Sei lá, vai que acontece alguma coisa tipo "heroes". Já pensou você com altos poderes. — E logo começou a rir, deixando Luana com um olhar fechado de quem não gostou dos comentários (Sim, eles fecharam ainda mais)

Logo chegava Periquito com um copo na mão cheio d'água. — Caraca, bebi uns 5 copos d'água e ainda to com sede. — Luana começou a agradecer o amigo quando ele ia levando o copo à boca — ih, quase me esqueci, hehe. Aqui Luana sua água. — E entregou o copo com um risinho de desculpas.

Um carro estacionava na rua em frente à casa de Brenno. Eram Alberto e Luis. Tocaram a campainha, mas nada soou dentro da casa, então chamaram o pessoal que estava dentro da casa. Pedro foi abrir o portão com o costumeiro "E aew moleque" e "Tudo de boa?", logo entraram e a calçadada, dentro da casa, começou.

14 de out. de 2008

joguinho passa tempo

aew galera... acabei de postar mais uma parte do capitulo O SOL, e espero que vocês gostem

também gostaria de deixar aqui um link rapidinho, um site com um joguinho bem divertido.. ta em frances mas nem precisa entender nada de frances para conseguir jogar... e o melhor de tudo, você só precisa de nick e senha!!!

então pessoal, espero que entrem e se divirtam também com o joguinho!!!

periquito8.labrute.fr

8 de out. de 2008

O SOL - III

Alberto já estava com o telefone em seu ouvido só esperando Luis atender. Já havia tocado muitas vezes quando a ligação caiu sem que o amigo atendesse o telefone. "Vou tentar só mais essa vez" e ligou novamente para o amigo.

Luis se assustou muito com as aparições em sua casa, estando da forma que estava — acelerado — ele se assustou também com o celular tocando de repente. Logo percebeu que era o seu celular sobre a mesa que tocava.

— Alô! — atendeu Luis estranhando o fato de o aparelho ainda estar funcionando!
— Mushi mushi.
— Fala seu rosca.
— E ae Suisso, tá de boa cara?
— Sei lá velho, aconteceu umas coisas mó estranhas aqui em casa.
— Tipo faltar luz na vizinhança toda e na sua casa não, ou esse terremoto estranhão e ter levado um choque filho da puta?
— Aqui ta faltando energia também mas a TV ficou doidinha. Tipo apareceu umas coisas muito cabreira.
— O que?
— Tipo assombração. Uns fantasmas saíram da TV e ainda teve um monstro se denominando o Senhor de Todo o Mal.
— Que loco, aqui em casa ta tudo estranho mas nada de Senhor de Todo o Mal não.
— Ei viadinho, você já ligou para os outros moleques, pra ver se ta tudo estranho com eles também?
— Que nada, to ligando pra você agora, mas vamos ligar para o resto do povo, ver como tão também. Seguinte, eu ligo para o Brenno e você tenta falar com o periquito beleza?
— De boa cara, então até mais moleque. Falô.

Alberto logo ligou para Brenno, enquanto Suisso ligava para Pedro. Dexter não teve sucesso em sua ligação o telefone estava ocupado e não adiantava continuar ligando. Já Suisso obteve exito na ligação para periquito.

— E aew periquito, beleza cara?
— Fala Suisso! Ei to aqui na casa do Brenno cara, tamo tentando chamar o gordo pra cá também.
— O Alberto acabou de me ligar, ele disse que a casa dele ainda ta com luz, aí também?
— Que nada, aqui ta escurão também. Ou, você sentiu o terremoto cara?
— Senti sim. Vô tentar ir para aí, assim agente conversa melhor.
— Beleza, sem problemas, parece que a chuva ta acabando mesmo, fica mais fácil de a gente se encontrar.

Logo que Luis desligou o celular, ligou para Dex. Decidiram que iriam para a casa do Brenno assim que a chuva acabasse, isso certamente não iria demorar muito a julgar pelas nuvens. Luis esperava sentado no sofá, enquanto Alberto aproveitava todos seus aparatos tecnológicos, assistindo um anime básico e jogando seus jogos piratas no wii.

O SOL - II

Há, ainda, alguns calçaderos que não foram citados. Isso por motivos geográficos. Como Aldo que mora tão longe de todos que chega até a ser difícil imagina-lo em sua casa. Alguns dizem que o Super Mário, seu pai, tem um convênio muito bom com algum posto de gasolina, para poder viajar pela cidade.

De qualquer forma, ficou claro o quão longe este rapaz mora. Ele é considerado o cabeça dos amigos, mesmo sabendo que o mais inteligente e cdf (apesar de nunca estudar) é o Dexter. Aldo estava em sua casa, onde chovia igualmente, talvez até mais intensamente que na casa de seus amigos. Muito preocupado com o computador preferiu não liga-lo, mas estava ainda assim conversando com sua vizinha. Aproveitando o momento de chuva para socializar.

A chuva deixava o clima mais frio, o que incomodava o rapaz e sua vizinha. Tão acostumados com o calor da cidade, não estavam preparados para o frio de 23ºC que fazia na cidade, e acredite, para Porto Velho, isso é frio. Papo vai, papo vem e nada daquele vento que entra pelas frestas da janela parar. Isso realmente incomodava-os. Aldo só conseguia pensar em duas coisas: em como sua vizinha era boa e no calor que gostaria de estar sentindo. Foi aí que o clarão veio.

Sua vizinha num susto gritou com o raio e ainda mais com o trovão que chegou até mesmo a estremecer a terra. Aldo olhou para a vizinha como se tentasse acalma-la mas ainda não saia de sua cabeça as imagens da boa e do calor. Estranhamente a imagem do calor crescia mais em sua mente, como se batalhasse por um espaço maior naquele lugar infinito.

Acima de seu telhado o Sol batalhava com a chuva, as nuvens querendo cada vez mais se fechar. Porém o sol era muito mais forte e começou a abrir espaço. Ao longe as pessoas já podiam perceber, quem quer que olhasse para o sul veria aquele feixe de luz vindo dos céus ganhando força.

A chuva estava cedendo seu lugar.

3 de out. de 2008

Rexona - o antitranspirante que não sai nem a pau

Dando uma olhada no facebook, recebi esse video de uns amigos do canada. A cidade é radical!

O SOL

Já é característico que na região amazônica chova de uma forma estranha para alguns, mas muito simples para quem vive nesta região. A chuva é torrencial por alguns minutos, e logo depois aparece o sol. É muito comum até chover na sua casa, mas na casa do vizinho ta um sol de lascar.

Essa chuva estava sendo diferente, a nuvem parecia cobrir a cidade toda e mais alguns kilometros, e já durava mais do que dois episódios de house, baixados pela internet, seguidos. Periquito não gostava nada do que via à sua frente. Aquela nuvem negra sem fim, piscinas no asfalto que deixavam sua pilotagem muito insegura. A aquaplanagem fôra uma coisa que ele só experimentara no carnaval de 2008 enquanto ia para a chácara pela BR364, e foi uma verdadeira aventura.

Pedro observava um clarão à distancia, parecia que a mata estava pegando fogo, mas a chuva com certeza apagaria o fogo em questão de minutos. Pedro seguia pela Costa e Silva em direção ao rio, tendo que desviar dos carros e vendo a destruição em tudo e em todos. Passado perto das casas de seus amigos resolveu parar, e chegou na casa de Brenno.

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Uma buzina aguda, bem peculiar das motos, tocava freneticamente aos arredores da casa de Brenno. Seus cachorros, enfiados na casinha deles, latiam sem parar o que só podia ser uma conspiração para uma dor de cabeça. Luana cada vez mais nervosa insistiu pro namorado ir ver o que estava acontecendo.

— Deve ser bem o periquito, só ele tem moto e só ele seria louco de sair numa chuva dessas!— Ele estava certo.
— Periquito seu maluco, como que tu não levou um raio na cabeça andando de moto numa chuva dessas, maluco.
— E eu to ligando pra raio cara, eu só sei que o caminho pra cá foi mais foda que o rally dos sertões todinho, e olha que eu só peguei 5 ruas.— Ficou aquele silêncio repentino quando Pedro continuou — Seguinte, a rua ta um caos, só da pra sair de moto. Parece que tem um incêndio la pro lado do 5°BEC, teve uma queda de energia justo quando eu tava salvando meu jogo, e ainda teve um terremoto. Os carros na rua tão tudo virado, os poucos sobreviventes tão tudo ensangüentado e eu não quero ficar parado. — Parou pra respirar um pouco e se acalmar.

Enquanto eles conversavam Luana vinha dos fundos e logo falou: — Sim! Vocês vão ficar conversando na chuva mesmo ou vão esperar ela acabar? — E logo abriu-se o portão, liberando a passagem do motoqueiro encharcado.

— Que vocês acham de a gente ir ver esse incêndio? Deve ter alguma coisa haver com essas coisas estranhas acontecendo aqui! — Assim que Pedro terminou a frase Luana começou a falar.

— Pelo visto não é só na cidade não, uma estante caiu em cima do Brenno, ele pisou em um monte de caco de vidro e nem um arranhão.
— Agora que você comentou, eu não to com nenhum arranhão mas to com uma tonteira, sem falar dessa dor de cabeça.
— Amor, eu também to com dor de cabeça, mas isso deve ser graças a buzina da moto do Periquito, em Pedro! — Luana terminou a frase olhando feio para o rapaz que desviou o olhar rapidamente respondendo.
— Ô nem vem, que dor de cabeça eu posso até não ter mas to tontinho desde antes de chegar aqui. Não vem por a culpa em mim não, e o que vocês acham de a gente ligar para os moleques e ver o que a gente pode fazer em?
— E ligar pra quem? Nem sei se o telefone ta funcionando com uma chuva dessas! — Respondeu interrogativamente Brenno.
— Ué, liga pro gordo, ele mora aqui do lado mesmo, e não custa nada checar se ta com linha o telefone, e o celular deve tar com sinal também.