Prefácio

Uma chuva desabava do lado de fora da casa, ao que tudo indicava seria por volta do mês de janeiro ou fevereiro. Com o costume de tal chuva nessa época ninguém se importava de observar o lado de fora. Mas lá haviam algumas crianças, pulando na água, arrotando, pulando de barriga na calçada, se divertindo como outros amigos faziam mesmo quando já não eram crianças.

Estes mesmos amigos já não queriam mais brincar na chuva, estavam ocupados de mais jogando seus jogos, conversando pelo messenger do computador, ouvindo música, enfim se divertindo da forma que gostam.

Mas a chuva sem dúvida era uma das piores dos últimos anos. Contando que a energia não faltasse, estaria tudo bem. Com seus computadores ligados, e suas luzes acesas, fosse para jogar um portátil ou ler um livro.

Esse grupo de amigos não tinha nada de especial, nada mesmo. Até que um clarão surgiu do céu e eles nada mais viram, pois as luzes da terra haviam se apagadas. Que a luz acabasse já era de se esperar após um raio desses e de uma chuva daquelas, mas que um trovão como o que foi ouvido não. Um som tão alto que fez o chão tremer, para alguns tremeu por contínuos segundos, mas não tem terremotos em Porto Velho, tem?

Os que tiveram a coragem de olhar pela janela perceberam um enorme clarão na noite chuvosa, como se tivesse um enorme incêndio em algum lugar da floresta, perto do rio. As ruas, além de totalmente alagadas, pareciam mais uma cena apocalíptica. Carros virados, ônibus tombados, sinais caídos e placas desaparecidas. Porto Velho com certeza não era mais a mesma cidade, nem alguns de seus moradores.